"Eu sou Ana Júllia, estudante secundarista do colégio estadual Senador Alencar Manuel de Guimarães, tenho 16 anos e estou aqui para conversar com vocês para falar sobre as ocupações".
Foi assim que começou o longo depoimento da estudante na Assembleia Legislativa do Paraná. O estado tem mais de 800 escolas ocupadas e os secundaristas têm sido criticados por uma suposta "doutrinação". Ana Júlia defendeu a legitimidade das ações dos estudantes e rechaçou a ideia de que as ocupações sejam violentas. "De quem é a escola? A quem a escola pertence? É um insulto a nós, que estamos lá, nos dedicando, procurando motivação todos os dias, sermos chamados de doutrinados. É um insulto aos estudantes, aos professores", afirmou.
Da tribuna, Ana Júlia afirmou que o projeto Escola Sem Partido “humilha” os estudantes e a PEC 241 “é uma afronta” à Constituição Cidadã de 88. "A gente sabe que a gente precisa de uma reforma do Ensino Médio. Mas a gente precisa de uma reforma que seja estudada. Que precisa ser feita com os profissionais da educação".
Sobre as acusações de violência, a estudante disse não ter visto o rosto de nenhum dos deputados no enterro do menino Lucas Eduardo Araújo Mota, morto após facadas no pescoço e no tórax na Escola Estadual Santa Felicidade, que está ocupada. "Nós não estamos lá por baderna, nós não estamos lá de brincadeira. Nós estamos lá por um ideal. Estamos lá porque a gente acredita no futuro do nosso País". Confira o depoimento de Ana Júlia na íntegra:
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